Uma jovem parteira, dotada da capacidade especial de anunciar o parto mesmo quando não há qualquer sinal, terminando por amparar o recém-nascido horas depois, é também acometida de estados repentinos de desequilíbrio, quando caminha sem rumo, vendo coisas que não existem, em momentos de doideira durante os quais ninguém pode contar com ela.
Numa estranheza ainda maior, o sacerdote da paróquia local, mergulhado na leitura dos livros sagrados, abandona os seus fiéis, vagando solitário na calada das noites, levando para a beira do rio os seus tormentos.
Nesse universo de coisas, sem o esteio da igreja, os moradores do lugar são dominados pela insensatez. Buscam explicações, ressuscitando crendices do passado, temendo perder o juízo, cismados com os poderes de uma certa lagoa e com as danações da lua.
É desse modo que um episódio recente, denominado "Lua de Setembro", envolve o cotidiano dos moradores da cidade de Brejo da Carnaubeira num conflito entre a razão e o delírio; o homem e a divindade; a vida e a morte.